Pesquisando sobre o estresse para realizar o trabalho sobre projetos de aprendizagem em psicologia, achei interessante o material baseado no texto: " O professor e o estresse de Raymundo de Lima".
Magistério- "Paixão e Morte"- O estresse no trabalho docente.
Provavelmente falar em morte seja exagerado, mas quero enfatizar os perniciosos efeitos do estresse a saúde, assim, resolvi utilizar uma palavra que atraia sua atenção para o texto. Em principio, o estresse do professor, no Brasil, parece estar relacionado ao salário não-digno, à precariedade das condições de trabalho, ao alto volume de atribuições burocráticas, ao elevado número de turmas assumidas e de alunos por sala, ao mau comportamento desses alunos. O professor sofre, ainda, com as pressões de tempo, pressões dos pais dos alunos e de suas preocupações pessoais extra-escola. O magistério é uma atividade que facilmente reproduz viciados em trabalho. É comum desenvolver-se compulsão de trabalhar demais e sem limites de hora e espaço. Senão, vejamos algumas situações e sentimentos clássicos no trabalho docente: levar trabalho para casa, não conseguir falar de outro assunto em situações de intervalo ou fora do ambiente de trabalho, sentir-se mal pela possível retenção de um aluno, buscar meios de atender aos alunos individualmente, elaborar provas extras para os alunos com dificuldades e assim por diante. Parece que o trabalho é interminável. Apesar de tudo, trata-se de uma atividade ocupacional altamente apaixonante. E, como toda paixão (gr. Pathos = sofrimento, patologia), por vezes pode levar o sujeito a perder o senso de cálculo racional e ético para regular essa paixão. Pior, perde-se a noção de profissionalismo, sujeitando-se a trabalhos extras não remunerados acreditando que sejam parte de sua função como docente. É claro que neste ponto, às vezes, o que influencia é o medo de perder o emprego, outro fator de estresse. A essa altura você deve estar perguntando: e a morte? Onde ela entra nessa história? Para responder a essa pergunta é bom ressaltar que o estresse em si mesmo não é um mal, ou uma doença, patologia. “É uma condição adaptativa do organismo e do psiquismo humano funcionando à sua maneira” , como observou, pela primeira vez, Hans Selye. Mas o estresse pode ser a ante-sala de possíveis doenças, ou melhor, de doenças psicossomáticas, como conseqüência de um modo errado de viver. Agora, se o estresse for levado de forma displicente ou alienada, por longo tempo, pode provocar reações crônicas, como as doenças coronarianas (infarto) e transtornos mentais. Quando ocorre a ruptura total dos limites, o esgotamento e o desgaste, temos uma reação do estresse crônico denominada pelos pesquisadores de “burnot” que exige a urgente necessidade de intervenção terapêutica de profissional da saúde.Paradoxalmente quando o estresse é mantido e reforçado por pressão ambiental; o indivíduo, ao invés de procurar situações antiestresse, tende a fazer o contrário, ou seja, termina por aumentar ainda mais o seu grau de estresse, geralmente trabalhando mais ainda, tomando café em excesso, alimentando-se mal e não conseguindo ter hábitos saudáveis de existência – atividade física, boa alimentação, lazer –. Parece pesado pensar em morte por estresse, ou paixão pelo trabalho, mas reflita um pouco sobre seu dia-a-dia e veja se você não se encaixa, parcial ou integralmente nas situações descritas no texto. Pense se você nunca sentiu vontade de sair de determinada classe dizendo aqui eu não volto mais, ou, antes de sair de sua casa você não rezou para que Deus lhe desse paciência e equilíbrio para “enfrentar” determinada classe. Ao final do ano letivo essa situação de estresse se aflora e acreditamos que o primeiro passo para não “estourar” é tomar consciência do problema e o segundo é tentar mudar seus hábitos de vida, buscando nas atividades físicas, numa boa alimentação, e na forma de lazer que mais lhe agrada escapar dessa “paixão mortal” e buscar o equilíbrio profissional necessário.